terça-feira, 6 de maio de 2014

A Saga de Gustavsson - Capítulo III

O sol ainda ardia em seu começo do dia do lado de fora do Royal, mas abalado por toda a confusão que rondava sua pessoa sem ele ter a menor ideia do que acontecia fez Gustavsson emborcar logo um chopp. A tentativa de afogar o desespero sem causa fracassou. O que temer se sabia que nada tinha feito?

Xing Lui, o balconista de longa data do Royal, sentindo a ansiedade do cliente não fez as tradicionais brincadeiras para irritá-lo, assim como não ousou questionar o que o deixava com aquela cara de cachorro que fez coco no tapete depois de comer o chinelo do dono.

- Xing, abre o olho, meu filho! Traz mais um chopp do jeito que eu gosto que tô no veneno hoje.

Estimulado pelas palavras do antigo cliente, Xing Liu, retrucou:

- Por que esse nervosismo todo? Tá com a calcinha apertada a menina, né?
- Xing...por que não vai beijar seu pai na bunda? Um beijo em cada bochecha, pode?
- Bem nervoso o menino Guta, né? Xing pode ajudar?

Antes de desferir uns palavrões sobre qual parte de Xing estaria nervosa, Gustavsson pensou rápido e disparou:

- Ô Xing...você não achou meu crachá caído aqui ontem de noite não? Eu perdi ele. No carro não está, talvez esteja em casa, mas na minha pasta, onde sempre fica ele não está.
- Se tivesse ficado funcionário de Xing tinha devolvido. Funcionário tudo honesto muito.
- Beleza, Xing...vou esperar o Ferdinando aqui.

Passados alguns minutos e alguns chopps, Ferdinando entra esbaforido pela porta.

- Gustavsson, meu filho!!! Tenho certeza que você não fez nada errado, mas vamos ter que sumir com você!
- Do que você está falando Ferdinando? Eu não fiz nada para ter que sumir!!!

Percebendo que Xing havia parado seus afazeres e olhava com ar diferente para a conversa dos dois, Ferdinando perguntou:

- Xing...tem vasilha para lavar não, Coreano dos infernos?
- Para começar Xing é Tailandês, Coreano deve ser sua mãe aquela quenga. Para continuar, Xing sabe quem pode sumir rapidinho com menino Gustavsson!!!

Movidos pela curiosidade, aquela que matou o gato, ambos simultaneamente perguntaram ao asiático: - QUEM?????

Xing esticou um sorriso refrescante naquela cara cheia de bochecha e disparou:


- EU MESMO, NÉ?

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