sexta-feira, 16 de abril de 2010

OgroDiário - Dia 1! - Pânico no Supermercado

Coloquei como dia 1, mas na verdade este é o dia 0 do ogrodiário. Começa hoje minha central de resmungos. Normalmente as pessoas reclamam muito, sobre tudo e todos. Nestas páginas escritas em linho do Egito, que para o blog transcrevo integralmente, vou descarregar todas as minhas revoltas contra a confabulação estrelar que tende a tornar meu dia a dia repleto de auspiciosos obstáculos, aqui no ogroblogdiáro.

Hoje tenho campeonato de futebol pela manhã. É um campeonatinho informal, disputado ogramente no clube da Ogranização onde trabalho.

Antes de ir para o confronto sangrento entre quatro linhas brancas, fui ao supermercado comprar algumas coisas das quais não tenho a menor necessidade, mas precisava muito comprar, entendeu? Não? Nem eu.

Já dentro do supermercado o dia começa a azedar. Apressado, tive uma colisão violenta com um carrinho duma tia que largou o automóvel comprístico dela no meio do corredor. Cacete de tia! O carrinho dela saiu quicando tanto que o leite que ela comprou deve ter virado milk sheik e se tinha ovos a omolete ficou pronta. Injustamente, a donzela ficou me olhando com cara feia, e nem respondeu meu angustiado pedido de desculpas. Mas vejam, ogrolegas, ela tem que largar o carrinho dela atravessado no meio do corredor? Se fosse acidente de carro eu já ia avisando que cada um paga o seu!

A aventura das compras ainda estava longe de terminar. Lá estava eu, já com horário apertado, escolhendo a fila com menos pessoas, a que tende a andar mais rápido, e que assim que você entra nela torna-se a mais lenta de toda a Ogrolandia.

E foi dito e feito! Escolhi uma fila no canto, que tinha apenas uma senhora por volta dos seus 50 anos, terminando de comprar coisa suficiente para sustentar uma pequena cidade por quinze dias. Na minha frente uma senhora um tanto quanto mais nova, quarentona, que usava uma calça jeans de cintura baixa, com uma calcinha com uma lateral fina, parecendo uma fita até, que pulava para fora da calça por mais que ela insistisse em se ajeitar. Ela e sua filha passavam as suas compras, uns biscoitos e outras poucas guloseimas.

Qual não foi o meu espanto quando a moça da calcinha sambando nos generosos pneus, me saca de dentro da bolsa quatro pacotes de moedas, empilhadinhas caprichosamente e envoltos em durex, para saldar seus compromissos financeiros recém adquiridos.

A caixa do supermercado, que transpirava desânimo por todos os poros do corpo, com um olhar de preguiça tão carregado de frieza que seria capaz de congelar toda uma ala do reino de lúcifer, começou a desembrulhar as moedinhas com o mesmo carinho e zelo que a dona das moedas usou para embrulhá-las. Aquilo fez meus olhos se encherem de água. Que tipo de conjunção astral poderia ter colocado na minha frente, em um dia de pressa, uma marmota que embrulha toneladas de moedas de baixo valor para usar no supermercado? Maldita calcinha pulante!

Enquanto a caixa ia contando as moedinhas com a pachorra de sempre, ia me olhando com rabo de olho expressando toda sua insatisfação com alguma coisa. Achei até que seria minha aparência, que não se classifica como comum. 1,76 de altura sobrecarregados com noventa e muitos quilos, adornados com longos cabelos cacheados salpicados de frizz para todo lado, e para completar, algumas tatuagens, não tornam a visão de minha pessoa a coisa mais agradável de se ver.

Ledo engano, quando passo o primeiro produtinho comprado, a moça do caixa vira pra mim e solta:

- Desculpa, mas vou ter que passar as prioridades na frente.

Quando olhei para a moça com aquele olhar de “ta doida?” vejo a plaqueta de caixa preferencial. Em câmera lenta viro meus olhinhos para a fila e vejo três simpáticas velhinhas, com os carrinhos abarrotados, esperando que eu limpasse o beco. Qual a solução? Pegar minhas coisinhas e ir para o fim de outra fila, imensa.

E assim minha Odisséia pelo supermercado termina.
É meus conterrâneos da Ogrolândia...
Assim é a vida, quanto mais feia está, mais horrorosa tende a ficar.

Antes do tchau definitivo, uma piadinha no contexto, me contada por um amigo ogro:
Dois mercados estão voando, um cai e outro não. Por que um não caiu?
Res.: Porque era um Supermercado! Tananam!!!

12 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Querido Ogro-Mor, considere-se um Ogro de sorte! Pelo menos a bobina do caixa não acaba sempre na sua vez de passar as compras - suplício que padeço sempre que tenho que comprar os ingredientes de minhas poções!
    Beijogro para você.

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  3. Caro Mestre,

    Creia, não se sinta só. Já vivi odisseia semelhante. Entretanto, eu sabia tratar-se do caixa de atendimento preferencial pq, mesmo que qualquer coisa em minha ograparência negasse tal fato, encontrava-me em estado debilitante, pós-cirúrgico. A senhorita que me atendeu bem que poderia ser a mesma antagonista de sua triste experiência. Com um olhar semicerrado, ela me deu a informação que julgava tão valiosa: aquele era um caixa para atendimento preferencial. Sem qualquer afetação, apenas vomitei algumas poucas sílabas que, juntas, replicaram: EU SEI LER. Nada mais me disse a operadora da máquina registradora do mercado integrante da Sala de Justiça. Paguei minhas compras tão desnecessárias quanto as suas e voltei para meu velho pântano.

    Chafurdemos, OGRO-MOR.
    Beijogros.

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  4. Prezada Mel,
    Entre seus produtos comprados por acaso tinha mel???? Da próxima vez que a fita acabar na sua vez aja com educaçao e fineza puramente ogra. Puxe a língua da(o) caixa(o???), rebobine a máquina, registre na língua dela e diga que você não precisa levar a nota.

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  5. Prezada Elisângela,
    Avise para a cérebro de pudim de fralda de bebê que o caixa preferencial dá a preferência (dããããã) para os que a legislação favorece, grávidas, idosos, etc, mas não significa que você não pode passar por tal caixa.
    Povo chatooo!!!!

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  6. Olá, caríssimo Ogro-Mor. Venho humildemente ante vossa presença para dizer que sim, mel estava entre os ingredientes adquiridos, uma vez que, se sou Mel, tenho que continuar alimentando-me da substância que me compõe. Seguirei seu sábio conselho da próxima vez em que uma bobina acabar na minha vez - o que, segundo meu histórico supermercadal, não tardará em ocorrer.
    Quando ocorra, deixarei aqui meu ogrorrelato.
    Beijogros a todos.

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  7. Só para constar: aconteceu...rsrsrs inacreditáááááável!!!!!!! Sorte da mulher do caixa da boate - que não sabia repetir a operação de imprimir o comprovante do meu visa na bobina nova - que havia um vidro entre nós... Mas que deu vontade de cuspir pelo buraquinho do vidro, deu...

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  8. Prezada Melissa,
    A Ogroland desaconselha que boates sejão frequentadas. Você pode frequentar boates com ressalvas. Veja bem. Para a boate as pessoas se arrumam, se perfumam e dançam de forma organizada! Um caos completo e inaceitável pelas duas leis de Ogrolândia: Lei 1: Seja ogro. Lei 2: Não respeite a Lei 1 para você ver!
    É óbvio que o consumo de altas quantidades de álcool pode deixa o ogro interior das pessoas fluir desinibido como um mosquito a noite. Então você pode usar boates em horários em que o seu público já estiver ogro.
    A Ogroland parabeniza e se emociona, além de se empolgar, com sua vontade de cuspir pelo buraquinho do vidro!!!

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  9. Caro senhor Ogro-Mor, não se esqueça de que, antes de tudo, sou uma OGRA. Portanto, acabei de dar dois turnos de aulas para meus alunos (as salas da Letras não possuem ar-condicionado, sequer ventiladores)e, nos mesmos trajes em que me encontrava, entrei no meu ogromóvel e me dirigi para o referido estabelecimento. Lá chegando, como boa ogra que sou, nem tentei esparramar meu corpitcho ogro na pista de dança, de forma a não assustar meus estimados convivas. Com aproximadamente duas latas de cerveja derramadas por outras pessoas na minha blusa (note: eu não estava bebendo, portanto a cerveja continha baba de outrem) e muita fumaça de cigarro em minhas nogras madeixas, resolvi deixar aquele ambiente nefasto para dirigir-me a meus aposentos, quando se deu o inevitável incidente acima relatado. Foi, portanto, uma tentativa infrutífera de integração em sociedade, o que comprova que, definitivamente, nossos pântanos são os melhores lugares para diversão.
    Acatarei, daqui por diante, os conselhos de Ogroland. Gracias, sábio gurogro.
    Chafurdemos.

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  10. Prezada Melissa,
    Os conselhos listados aqui são tão recheados de sapiência quando os pastéis vendidos no centro de Ogroland são de carne.
    Use-os com moderação.

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Prezada Bia,
    Aplaudimos suas iniciativa de encher o caixa de moedas. Dá próxima vez sugerimos que as moedas sejam de um centavo, porque o caixa não pode ficar feliz não.
    É sempre assim. Os supermercados tendem a nos irritar.
    Beijogro

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