domingo, 21 de novembro de 2010

OgroDiário - Dia 4 - Escuridão

Aqui é assim. O vento sopra mais forte, acaba a luz. Não precisa nem chover, não precisa que altas taxas de trovões e relâmpagos polvilhem o céu, basta um vento forte...e pluft, ouve-se um bzzzzzz em algum poste e as trevas dominam o ambiente.


Então após uma longa jornada, conforme mencionado na minha última bostagem, que rendeu alguns hematomas, consegui chegar ao telefone e ligar para a ESCURO (Energia Sustentável - Central de Usinas e Reciclagem de Ogroland). Ai começa a ladainha...

- Senhor, para sua maior comodidade, deve estar em mãos o seu código do cliente. Pode me informar o seu código do cliente?

Tenho que pacientemente informar à moça que demorei vários minutos, várias quinas de móveis, várias topadas nas paredes e portas para conseguir fazer a trajetória entre geladeira e telefone sob a mais densa escuridão e, portanto, não, não tenho o código de cliente em mãos e nem vou ter, porque não desenvolvi ainda a minha visão noturna para procurar papéis a noite sem luz.

- Certo senhor, pode me informar o endereço da sua residência?

Isso é mais fácil. Informei com imensa gratidão o endereço de minha humilde toca.

- Muito obrigado, só um instante senhor.

É impressionante como um instante de qualquer serviço de atendimento telefônico é demorado. Será que eles trabalham em outra dimensão de tempo e espaço em que um segundo nosso equivale a cinco minutos deles?

- Muito obrigado por aguardar. O seu número de protocolo é 095034309480918080, anotou?

Anotar como? Tô no escuro, sem enxergar nadica de nada, como é que vou achar papel e caneta pra anotar um código de quatrocentos algarismos? Falo isso com a atendente e ela nem liga, continua a vomitar os números todos até o fim e no final informa que é norma da empresa e mesmo eu não podendo anotar ela tem que falar. É...faz todo sentido.

Não percam!!! Amanhã o fim desta aventura desprovida de luz.
 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

OgroDiário - Dia 4 - Escuridão

Quer coisa melhor do que chegar na sua toca, depois de um dia se esfalfando na labuta, abrir a geladeira e saciar aquela fome combinada com ansiedade, jogando qualquer coisa que exista dentro da grande caixa refrigeradora pra dentro? Quer coisa mais ogra que não diferenciar salgado de doce, frio de quente, apenas encaminhar tudo pelo sistema digestivo não importando a ordem das entradas?


Pois é. Dia desses após deixar minha esposa Karinogra na aula, rumei com meu carrogro, debaixo de uma chuva de cegar mogrorista, para toca. Os pimpolhos estavam na casa da vovogra, uma imensa ogra oriunda da África capaz de amedrontar o mais intrépido aldeão apenas com uma risadinha, assim sendo planejei chegar em casa, encher a pança, banhar minha carcaça, buscar os pequenos e rumar para buscar minha amada ogra na aula.

Ao abrir a geladeira veio a grade decepção. Quase que automaticamente acabou a luz na minha toca. Como para complicar a situação ainda estava chovendo nas mesmas quantidades que transformaram Noé em um popstar bíblico, com o apagão veio uma total escuridão, tão densa que não enxergava um palmo a minha frente.

E então, o que fazer? Fiquei lá parado, olhando para dentro da geladeira sem nem conseguir enxergar o que tinha lá dentro. Convicto de que para preencher o vazio interior que assolava meu estômago de forma completa e segura eu teria que trazer a luz de volta ao meu lar, disparei em busca da solução para a contenda energética.

Fui então em busca do telefone para acionar a agência responsável pela luz em Ogroland, ESCURO (Energia Sustentável - Central de Usinas e Reciclagem de Ogroland), e após conseguir achar cada quina de móvel, cada dobra de parede, cada brinquedo espalhado pelo chão com as canelas, joelhos e pés, finalmente cheguei ao telefone.



E ai as dores de verdade começaram...

Não fique no escuro leitor! Em breve o próximo iluminado capítulo!

 

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