Dois fatos ocorridos nesta semana me chamaram bastante atenção e me causaram um tiquim de confusão, além de um grande cagaço, é claro.
Se existe uma coisa que tanto ogros quanto humanos valorizam ao extremo é a vida. Biologicamente todos nossos instintos são voltados para nossa sobrevivência e nos apegamos à vida, não só a nossa como também a de nossos entes queridos, com unhas e dentes.
Choca a nós ogros, porém, como é violento o mundo de vocês. E tem gente que ainda tem medo de ogro!!! Assusta como a vida pode ser tirada por motivos questionáveis, dia após dia, e apenas é motivo para notícia entre outras banalidades da mídia, como uma modelo provando que sua retaguarda anatômica, vulgo bumbum, não é de silicone. Total apatia frente à morte.
Não que os ogros sejam em sua totalidade bonzinhos, vide as histórias medievais que nos retratavam papando criancinhas, mas para preservar a vida de quem a preza, já há muitos séculos decretamos a pena de morte em nosso território. Ela não é a solução definitiva para criminalidade, mas em Ogroland quem tira uma vida propositalmente não tem a chance de tirar a segunda.
E ai entra minha pequena dificuldade de entender os fatos ocorridos esta semana. Parece que o assunto pena de morte causa arrepios na espinha dorsal da sociedade, envolvendo até aspectos religiosos. Um assunto sinistro e que creio eu, jamais vai ser discutido com relevância, até porque pelo jeito a pena de morte já existe, e os dois fatos desta semana me trouxeram a certeza disto.
Vejamos juntinhos leitores?
Caso 1
Caso 2 – Uma família, pai, mãe e filho (5 anos de idade) param em uma lanchonete na estrada. Descem do carro e um homem chama o pai da família, saca uma arma de fogo e dispara repetidas vezes sobre o rapaz, matando-o na hora perante esposa e filho. Crime de execução. O cunhado da vítima, segundo a imprensa, é o principal suspeito de ser o mandante do crime, por motivo de briga familiar por herança. Ora bolas, se foi executado é porque, assim como o motorista de ônibus, alguém o condenou a morrer. Seja o cunhado ou não, a pena de morte imposta a ele é ponto pacífico, se é que existe algo pacífico nisso.
Fica claro então, que a pena de morte existe, ela apenas não está do lado da lei formalmente instituída. Ela está nas ruas, e é utilizada amplamente por quem se julga no direito de tirar a vida de outra pessoa, por qualquer motivo. E vamos continuar vendo a morte chegar da forma como não deveria, arrancada a vida violentamente, por motivos cada vez mais idiotas, cada vez mais perto da gente. Duvido que tenha ao menos um leitor desta bostagem que já não tenha alguém conhecido vítima de uma morte violenta, causada por extrema covardia por alguém com uma arma na mão.
E fica aquela perguntinha que coça...será que se um bandido desses soubesse que se apertasse o gatilho, ele seria condenado à morte, ele pelo menos não pararia para pensar antes de atirar para matar?